A farmacogenética considera os fatores genéticos que influenciam a segurança dos medicamentos. Saiba mais sobre essa inovação da medicina!
Uma das maiores tendências da medicina moderna é a personalização no cuidado com o paciente. Nesse sentido, essa prática avançou muito com a compreensão das particularidades genéticas que influenciam a resposta aos tratamentos.
Assim, compreender os fatores genéticos que influenciam a eficácia e segurança dos tratamentos é um diferencial importante para todos os profissionais que buscam oferecer um cuidado melhor, baseado em evidências.
Segundo um conteúdo da Universidade de São Paulo:
“A Farmacogenética/Farmacogenômica estuda as influências genéticas sobre as respostas a medicamentos, estando a Farmacogenética focada em efeitos de genes isolados, enquanto que a Farmacogenômica estuda simultaneamente vários genes e suas interações.”
Neste conteúdo, você irá conferir tudo sobre essa área promissora da medicina, e como é possível incorporá-la a sua prática.
Vamos começar!
O que é farmacogenética?
A farmacogenética é uma área que estuda como as variações genéticas individuais influenciam a resposta de cada paciente aos medicamentos.
Desse modo, ela trata de um campo interdisciplinar que combina genética e farmacologia para compreender por que um mesmo medicamento pode ser eficaz para alguns pacientes e outros não apresentam respostas satisfatórias.
A causa dessas diferenças costuma ser as alterações nos genes que codificam enzimas, transportadores e receptores envolvidos no metabolismo, distribuição e ação dos medicamentos.
Nesse sentido, a farmacogenética busca identificar essas variações e usá-las para guiar as escolhas terapêuticas mais precisas e seguras. Ela promove, dessa maneira, a medicina personalizada.
Como um exemplo prático, testes farmacogenéticos podem revelar se um paciente metaboliza rapidamente ou lentamente um determinado fármaco, ajudando o médico a ajustar a dose ou escolher outra medicação mais adequada.
Essa abordagem tem o potencial de revolucionar o cuidado clínico ao minimizar tentativas e erros no tratamento.
Como funciona a farmacogenética?
A atuação da farmacogenética é identificar as variações genéticas que influenciam como o organismo de cada paciente processa e responde aos medicamentos.
Essas variações, conhecidas como polimorfismos genéticos, ocorrem em genes responsáveis por codificar proteínas-chave, como enzimas metabolizadoras, transportadores e receptores de medicamentos.
Um dos principais focos da farmacogenética são as enzimas do sistema citocromo P450, especialmente CYP2C19, CYP2D6 e CYP3A4, que desempenham papéis cruciais no metabolismo de grande parte dos medicamentos.
Dependendo das variantes genéticas presentes, os pacientes podem ser classificados em diferentes perfis de metabolizadores:
- Metabolizadores ultrarrápidos: processam o medicamento de forma muito rápida, podendo reduzir sua eficácia.
- Metabolizadores extensivos (normais): têm uma resposta adequada ao medicamento.
- Metabolizadores intermediários ou lentos: processam o medicamento mais devagar, aumentando o risco de efeitos adversos devido à acumulação.
A farmacogenética também investiga genes que regulam transportadores de medicamentos, como a glicoproteína P (P-gp), e genes relacionados a receptores, que podem afetar a interação do medicamento com seu alvo no organismo.
Para aplicar essas informações na prática clínica, são realizados testes farmacogenéticos que analisam o DNA do paciente, geralmente a partir de uma amostra de sangue ou saliva.
Os resultados fornecem um perfil genético detalhado que auxilia o médico na escolha do medicamento ideal, na definição da dosagem correta e na previsão de potenciais efeitos adversos.
Em resumo, a farmacogenética utiliza a genética para orientar decisões terapêuticas mais seguras e eficazes, reduzindo tentativas e erros e promovendo uma abordagem verdadeiramente personalizada no cuidado ao paciente.
Qual é a importância da farmacogenética?
A farmacogenética colabora de forma crucial na transformação da prática clínica ao possibilitar uma abordagem mais precisa e individualizada no tratamento de pacientes.
Uma das maiores contribuições dela é a redução de eventos adversos relacionados a medicamentos, uma das principais causas de hospitalizações e complicações no sistema de saúde.
Isso porque, ao identificar a maneira como o paciente metaboliza ou responde a um fármaco, é possível minimizar riscos e evitar reações inesperadas.
Adicionalmente, a farmacogenética aumenta a eficácia dos tratamentos. Pacientes com variações genéticas que impactam a metabolização dos medicamentos podem não responder bem a terapias convencionais.
Com esse recurso da tecnologia, é possível ajustar a dose ou solicitar um medicamento alternativo, garantindo melhores resultados desde o início.
Essa ferramenta ainda colabora com a racionalização de custos na área da saúde. Ao reduzir tentativas e erros, bem como hospitalizações decorrentes de reações adversas, a farmacogenética contribui para um uso mais eficiente de recursos.
A farmacogenética também está alinhada ao avanço da medicina personalizada, pois ela trata cada paciente como único, levando em conta sua biologia individual.
Para você, médico, incorporar esse conhecimento é oferecer um cuidado moderno, baseado em evidências e manter uma prática clínica inovadora.
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