A medicina integrativa é um novo modelo de medicina que se contrapõe ao modelo de medicina tradicional, que foca na cura de doenças. Esse novo modelo busca a prevenção e enxergar o paciente de forma holística, com tratamentos personalizados.
Um estudo sobre os benefícios da medicina integrativa e os desafios para sua implantação no Brasil enfatiza alguma das principais vantagens desse tipo de personalização na área da saúde:
“Os benefícios já comprovados cientificamente da abordagem integrativa são inúmeros, sobretudo por incorporar aspectos da qualidade de vida, bem-estar emocional e vitalidade, levar em conta questões subjetivas do adoecer e valorizar diferentes dimensões da vida do paciente.”
Aprenda neste artigo o que é a medicina integrativa, como ela surgiu, principais vantagens e como implementá-la. Continue a leitura!
O que é a medicina integrativa?
A medicina integrativa é o modelo de medicina centrado no paciente que busca abordá-lo de forma holística, ou seja, considerando o corpo, mente e espiritualidade, e sempre individualiza o tratamento, porque reconhece que cada pessoa é um ser singular com suas próprias características biológicas, sociais, culturais e emocionais.
Assim como outros modelos de medicina, a medicina integrativa deve sempre se basear em evidências científicas e incentivar a interdisciplinaridade, integrando profissionais de diferentes formações para dar melhor assistência ao paciente.
O modelo tradicional de medicina atual, conhecido como medicina convencional, é o sistema que possui caráter curativo ao invés de preventivo, e raramente consegue cuidar do paciente considerando sua complexidade, ou seja, os mesmos tratamentos são feitos para todos os pacientes.
A medicina integrativa se torna mais popular a cada ano, afinal, com a evolução tecnológica e pacientes mais exigentes em relação aos serviços de saúde, cada vez mais vemos a necessidade de ter serviços personalizados, inclusive, na área da saúde.
Como a medicina integrativa surgiu?
Ao longo da história, a medicina possuiu diferentes modelos que seguiam o contexto sócio-histórico-cultural de cada época. Atualmente, o modelo ocidental que conhecemos é chamado de biomédico, que busca curar doenças (remover sintomas/doenças usando métodos diretos).
Hipócrates é considerado o pai da medicina ocidental, e uma de suas principais contribuições foi estudar as doenças e seus sintomas, transformando o que antes era algo apenas controlado por deuses, para uma atividade de pessoas (medicina).
O modelo de medicina atual foi importantíssimo para soluções de problemas de saúde e doença, porém, faz algumas décadas que a população sente a necessidade de outro modelo de medicina, que foca não apenas na cura, mas na prevenção.
A insatisfação com o modelo biomédico, como aponta este estudo sobre a medicina integrativa, fez com que muitas pessoas buscassem maneiras alternativas de tratamento, principalmente após a década de 1960.
A busca intensa pelas práticas alternativas de tratamento que se distanciavam da medicina tradicional trouxe, como se pode imaginar, tensões no campo da saúde. Por isso, no final de 1980, foi adotada a medicina complementar para que houvesse uma maior associação entre os diferentes modelos.
Segundo o National Center for Complementary and Alternative Medicine, dos Estados Unidos, a medicina complementar é um grupo diverso de práticas, sistemas de saúde e produtos que não são considerados atualmente como parte convencional da medicina (tradução livre).
No final de 1990, na busca por um novo modelo de saúde que integre os diferentes modelos terapêuticos, não apenas como forma de complemento mas como modelos que operem integralmente para a saúde das pessoas, foi criado o conceito de medicina integrativa.
Segundo o estudo mencionado anteriormente:
“A palavra “integração” significa o ato ou efeito de se integrar; ação ou política que visa integrar em um grupo as minorias raciais, religiosas, sociais. Uma variedade de definições tem sido usada para descrever a ideia de integração entre as práticas convencionais e não convencionais, porém, atualmente, ainda se busca uma conceituação consistente.”
Principais vantagens da medicina integrativa
A medicina integrativa possui diversos benefícios, como você já deve ter notado. Nós também podemos destacar:
- Paciente como principal agente de sua saúde: um dos princípios mais fundamentais da medicina integrativa é o autocuidado, ou seja, colocar o paciente no centro de seu cuidado com a saúde, incentivando que ele sempre seja um agente ativo que busca melhorar sua qualidade de vida;
- Foco na pessoa e não na doença: para ter uma visão holística do paciente, é necessário ter uma relação mais próxima e humanizada, ou seja, ao deixar de focar apenas na doença, você melhora o relacionamento com seus pacientes e os fideliza;
- Métodos menos invasivos e custosos: buscar um serviço de saúde apenas quando está doente encarece o sistema, e isso não é segredo para ninguém. Ao ter uma medicina focada na prevenção, os pacientes ficam cada vez menos doentes, o que reduz os métodos invasivos e custos da saúde.
Como implementar a medicina integrativa em sua clínica
O primeiro passo para implementar a medicina integrativa você já começou neste artigo: estudar sobre o assunto. Busque trabalhos acadêmicos e cursos de especialização para continuar sua jornada de conhecimento sobre esse novo modelo de saúde.
Durante seus estudos, assim como você deve ter notado neste artigo, você vai começar a visualizar como essa abordagem pode ser praticada em sua clínica, por exemplo, a recomendação de práticas não convencionais para pacientes.
Imagine que um paciente tenha uma doença específica e você sabe quais medicamentos ele deve tomar e tratamento a ser seguido. Porém, também nota que seu paciente está muito estressado e, principalmente, cansado.
Ao conversar mais com o paciente e perguntar como ele está se sentindo, qual é o momento de sua vida, nota um possível caso de síndrome de burnout (esgotamento profissional).
Você acredita que ele ainda não alcançou completamente um burnout, mas se as coisas continuarem como estão, logo ele terá que se ausentar do trabalho para poder se recuperar.
Tendo em vista todos esses aspectos que vão além da doença atual que o paciente possui, também solicita um encaminhamento para um psicólogo e indica uma clínica especializada em acupuntura, massagem e técnicas de relaxamento.
Esse é um exemplo de como você pode começar a colocar a medicina integrativa em prática na sua clínica. Para facilitar esse tipo de encaminhamento e integração com outros profissionais de saúde, é fundamental ter o apoio de um software médico de gestão com prontuário eletrônico.
O prontuário eletrônico, diferente do prontuário de papel, consegue ser compartilhado mais facilmente com profissionais de saúde e centraliza todos os documentos e anotações sobre o paciente em um único local, facilitando a visão holística que você precisa ter na medicina integrativa.
Conheça mais sobre esses sistemas para clínicas neste artigo ou veja nosso site para conhecer um na prática. Espero que seja útil!