Cientistas desenvolvem terapia com nanotecnologia para reverter Alzheimer, restaurando a barreira cerebral e recuperando a memória em testes com ratos.
Uma descoberta recente está abrindo novas possibilidades no combate ao Alzheimer.
Pesquisadores do Instituto de Bioengenharia da Catalunha (IBEC), em parceria com cientistas do Reino Unido e da China, desenvolveram uma terapia experimental capaz de reverter os sintomas da doença em laboratório.
Para isso, eles utilizaram nanopartículas especialmente projetadas para restaurar as funções do cérebro.
O avanço, testado inicialmente em ratos, mostrou resultados surpreendentes: os animais recuperaram a memória e a capacidade cognitiva mesmo em fases avançadas da doença.
Assim, a pesquisa sugere que essa técnica pode representar um novo caminho terapêutico para doenças neurodegenerativas.
Como funciona a terapia com nanopartículas?
O Alzheimer está ligado à perda de eficiência da barreira hematoencefálica (BHE), uma estrutura que controla o que entra e sai da corrente sanguínea cerebral.
Quando essa barreira falha, proteínas tóxicas como a amiloide-β se acumulam e comprometem a comunicação entre os neurônios.
A equipe do IBEC conseguiu restaurar essa barreira utilizando nanopartículas supramoleculares, que funcionam como um “remédio ativo”.
Desse modo, em vez de carregar medicamentos, essas partículas estimulam o próprio sistema de limpeza do cérebro, permitindo que ele elimine naturalmente as substâncias nocivas.
Resultados promissores em laboratório
Nos testes realizados, três doses do tratamento foram suficientes para reduzir até 60% da proteína amiloide em apenas uma hora.
Além disso, os animais voltaram a demonstrar comportamentos equivalentes aos de exemplares jovens, indicando uma recuperação significativa das funções cognitivas.
De acordo com Giuseppe Battaglia, líder do estudo e pesquisador do IBEC–ICREA, o tratamento age como um “interruptor biológico”, reativando os processos naturais de limpeza cerebral.
Segundo ele, “ao restaurar a vasculatura do cérebro, o sistema volta a eliminar toxinas e a manter o equilíbrio neuronal”.
Um novo horizonte contra doenças neurodegenerativas
O diferencial dessa abordagem está no design de precisão das nanopartículas, ajustadas para interagir seletivamente com as células cerebrais. Isso permite restabelecer a comunicação entre neurônios e vasos sanguíneos, interrompendo o avanço da doença.
Para Lorena Ruiz Pérez, pesquisadora do IBEC e professora da Universidade de Barcelona, a técnica “restaurou rapidamente a barreira hematoencefálica, eliminou a amiloide-β e reverteu de forma impressionante os sinais da patologia”.
Embora os testes ainda estejam restritos a modelos animais, os resultados indicam um futuro promissor.
Caso os efeitos sejam confirmados em humanos, a reparação vascular cerebral pode se tornar uma nova estratégia no tratamento do Alzheimer, abordando a doença em sua origem.
Como destaca Battaglia, “o cérebro só precisa que seu sistema natural volte a funcionar, quando isso acontece, a mente começa a lembrar novamente”.
Saiba mais em: Gizmodo.





