A resistência bacteriana aos antibióticos voltou a chamar a atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2025.
Segundo o novo relatório global da OMS, uma em cada seis infecções bacterianas confirmadas em laboratório já é resistente aos tratamentos tradicionais.
O aumento acende um alerta internacional e reforça a necessidade do uso racional de medicamentos antimicrobianos.
Segundo o levantamento, a resistência aos antibióticos aumentou em cerca de 40% das amostras analisadas entre 2016 e 2023, em mais de 100 países.
Ou seja, o avanço da chamada resistência antimicrobiana, quando bactérias deixam de responder aos medicamentos, está superando os progressos da medicina moderna.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a situação é preocupante:
“A resistência antimicrobiana está ultrapassando os avanços da medicina moderna, ameaçando a saúde de famílias em todo o mundo. Precisamos usar antibióticos com responsabilidade e garantir acesso a diagnósticos e vacinas de qualidade”, afirmou.
O impacto global das superbactérias
Atualmente, estima-se que mais de 1 milhão de pessoas morram todos os anos em decorrência direta da resistência antimicrobiana.
Embora as mutações genéticas sejam parte natural do ciclo das bactérias, a ação humana acelera o problema. Nesse sentido, é o uso indevido e excessivo de antibióticos em pessoas, animais e até em lavouras que desencadeia boa parte das mutações.
Em regiões do sul da Ásia e do Oriente Médio, cerca de um terço das infecções bacterianas relatadas já não respondem aos medicamentos de primeira linha.
Na África, a resistência chega a ultrapassar 70% em infecções graves da corrente sanguínea, capazes de provocar sepse, falência de órgãos e até a morte.
O papel da ciência e os desafios futuros
Assim, para resolver o problema, cientistas têm recorrido à inteligência artificial e a novas tecnologias para identificar compostos capazes de combater bactérias resistentes.
Porém, o ritmo das descobertas é mais lento que a velocidade com que as superbactérias evoluem.
O relatório da OMS reforça que, sem medidas urgentes, o mundo pode enfrentar uma crise sanitária comparável à das pandemias recentes, mas de forma silenciosa e contínua.
O uso responsável dos antibióticos, aliado a políticas de vigilância, vacinação e inovação, é considerado essencial para conter o avanço da resistência global.
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